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Triste realidade


01-07-2014 15:16 - Yuri Ramires/ Diário de Cuiabá

Por Yuri Ramires*

Uma reportagem exibida pelo Fantástico na noite do último domingo (29) me chamou a atenção para um assunto que já abordei diversas vezes neste espaço. “Sob o véu: mulheres como propriedade”, mostrou como uma sociedade moderna, no caso Beirute, no Líbano, faz com que costumes medievais sejam tão presentes.

Por lá, depois de casadas, as mulheres acabam se tornando uma espécie de objeto na mão dos maridos, podendo ser agredidas, presas e até estupradas, isso sem nenhuma proteção garantida pelo Estado. Ou seja, comem o pão que o diabo amassou e não tem a quem recorrer.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Líbano é o 14º entre 47 países muçulmanos que mais desrespeitam os direitos das mulheres. Seguindo a tradição, a mulher precisa se cobrir, evitando mostrar o corpo. Desde pequenas, são impossibilitadas de viver o amor, o verdadeiro. Casamentos arranjados pelos pais ainda são populares no islamismo e depois de casadas, perdem todos os direitos, que já são poucos.

O estupro, uma prática desumana, não é considerado crime. O relato de uma jovem que foi abusada me chocou, quando foi à polícia denunciar o agressor, todos riram. Lá não existe uma lei de proteção à mulher. Lá as leis são baseadas na igreja, nas leis religiosas.

O Consulado do Brasil no Líbano produziu uma cartilha explicando às brasileiras o que pode acontecer caso elas se casem com um libanês. Em outra palavras: cuidado, é uma cilada.

Ainda há muito que se fazer para que as mulheres continuem tendo seu direito de viver respeitado. Infelizmente, a realidade no Oriente Médio não vai ser mudada de repente. O cônsul-geral do Líbano em São Paulo declarou ao programa que os casos de estupro não são alarmante, muito menos os de violência doméstica.

Aconteceu que para o senhor cônsul, o que parece não ser alarmente, deveria não existir. Falta política pública, falta bom senso, falta razão, falta emoção. É inadmissível que uma sociedade moderna evolua pregando a diferença de gênero, a segregação e a violência sejam de qualquer tipo.

Podem dizer o que for do Brasil, apesar dos resultados não serem os esperados, as leis de proteção à mulher, em especial a Maria da Penha, tem dado resultado sim! Além disso, elas não tem se calado e o medo de denunciar agressões e outros tipos de violência tem sido cada vez menor.

Mulheres, uni-vos. A luta não acaba e as mudanças vão chegar!

 

*YURI RAMIRES é repórter  


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