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ARTIGO: Especial atender pacientes com deficiência


09-06-2014 12:50 - Jackelyne Pontes

Nós, colegas cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal tivemos o privilégio de participar ao longo do ano de um curso de Aperfeiçoamento em Atendimento a Pacientes Especiais oferecido pelo Ministério da Saúde. E, durante esta última semana, que foi especialmente produtiva e cheia de aprendizados, fizemos o módulo de estágio clínico no Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais. Logo na primeira manhã nos foi proposto pelos tutores o trabalho por uma nova odontologia, mais humana, com mais acesso e com foco no usuário. Nos disseram que aprenderíamos muito de nós mesmos e do outro, que seria uma experiência inesquecível e inigualável, e eu faço questão de enumerar aqui um pouco do que eu aprendi:

Aprendi que o pouco para uns é muito para outros;

Aprendi que um sorriso e um olhar de carinho cura mais que fármacos;

Aprendi que ética, união, companheirismo, disposição para ajuda mútua e multiprofissionalismo são fatores determinantes para o sucesso de uma equipe de trabalho;

Aprendi que amor de mãe é imensurável;

Aprendi que ninguém é melhor que ninguém;

Aprendi que quando há vontade de fazer não existe espaço para negativas;

Aprendi que um profissional preparado e sensível à causa vale ouro;

Aprendi que a vida é mais frágil do que imaginamos, e que o nosso corpo é um santuário;

Aprendi que nós somos frágeis como cristal e ao mesmo tempo fortes como um diamante;

Aprendi que sempre temos que estar abertos para conhecer novas pessoas e fazer amigos;

Aprendi que o tempo é relativo, assim como números e relatórios;

Aprendi que a vida é um eterno “estar”: hoje você manda, amanhã você obedece, hoje você é saudável, amanhã pode necessitar de tratamentos especializados;

Aprendi que podemos fazer muito com pouco;

Aprendi que sempre é tempo de renovar conceitos e que não somos donos da verdade;

Aprendi que um paciente com necessidades especiais deve ser tratado como tal, com todas as particularidades;

Aprendi que ensinar o outro não nos deixa mais vulneráveis, ao contrário, nos fortalece;

Aprendi que ser ousado e destemido pode não ser uma virtude, é necessário ter prudência;

Aprendi que ninguém sabe tudo, sempre teremos algo a ensinar ou a conhecer;

Aprendi que estamos cada vez mais à mercê das mazelas de um sistema despreparado;

Aprendi que saber escolher os nossos gestores influencia diretamente no tipo de tratamento que poderemos oferecer ao nosso paciente;

Aprendi que conhecimento científico aliado a boa prática profissional e uma grande dose de sensibilidade nos torna preparados para cuidarmos com êxito do outro;

Aprendi que nem tudo que parece é. As pessoas sábias não alardeiam o seu conhecimento, apenas demonstram despretensiosamente;

Aprendi que para quem tem vontade de se preparar a distância não é obstáculo;

Aprendi que o toque acalma;

Aprendi que ser um cuidador é uma missão para poucos;

Aprendi que o medo do desconhecido é totalmente superável;

Aprendi que observar é um dom;

Aprendi a aprender.

É com sentimento de dever cumprido que agradecemos aos idealizadores, realizadores, coordenadores, tutores, gestores, funcionários e em especial aos pacientes especiais e seus familiares que nos permitiram ser multiplicadores deste ofício divino que é atende-los. Tenho certeza que nós também nos tornamos especiais! Aproveito também para repetir que o Ceope é de demasiada importância, que é referência, e que merece uma maior atenção por parte dos gestores em nível central.

Jackelyne Pontes é cirurgiã-dentista, filiada ao Sinodonto-MT (Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso) e escreve exclusivamente para este Blog todo domingo - jackelynepontes@gmail.com  


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